A aplicação da Guerra de Manobra nas Operações Ribeirinhas no Cenário Amazônico
Resumo
Diante das grandes dimensões da região Amazônica e de suas peculiaridades, aliadas aos reduzidos meios e aos parcos recursos que as Forças Armadas brasileiras dispõem, nota-se a necessidade de aplicar, desde já, a filosofia da Guerra de Manobra (GM) em Operações Ribeirinhas (OpRib) no cenário amazônico. As Forças Armadas brasileiras, particularmente o Exército e a Marinha, aplicaram com êxito esta filosofia nas OpRib, porém, atualmente, para aplicá-la de modo apropriado, é necessário conhecer seus conceitos, bem como adestrar-se, relacionando-os com as peculiaridades do planejamento e da execução das OpRib desenvolvidas por uma Força-Tarefa Ribeirinha (ForTaRib). Desta forma, este trabalho, por meio de pesquisas bibliográfica e documental, apresenta alguns conceitos da GM utilizados pela ForTaRib em OpRib no cenário amazônico, que poderão contribuir para o aprimoramento do arcabouço doutrinário da Marinha do Brasil (MB), tais como: Superfícies e Brechas; Ação ditada pelo Reconhecimento ou Esclarecimento; Surpresa; Concentração; Ousadia; Comando e Controle; Intenção do Comandante; Atribuição de Tarefa pelo Efeito Desejado; Armas Combinadas; e Movimento Navio-Objetivo. Conclui que a GM poderá ser aplicada pela MB em OpRib no cenário amazônico, em função do emprego integrado e coordenado dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais em: concentrar esforços nas brechas do oponente, bem como evitar as superfícies do mesmo, de forma rápida; realizar ações descentralizadas e ditadas pelo esclarecimento; empreender rapidez em seu processo decisório; utilizar apropriadamente a fisiografia para obtenção da surpresa; e fazer uso da ousadia, do Comando e Controle, da Intenção do Comandante, da Atribuição da Tarefa pelo Efeito Desejado e do emprego de Armas Combinadas. Tais atributos permitirão explorar as vulnerabilidades críticas do oponente, de modo a atingir seus centros de gravidade indiretamente.