Mamíferos marinhos do sul como plataformas de monitoramento ambiental
integrando ecologia e oceanografia
Resumo
A oceanografia necessita de dados contínuos e de longa duração para avaliar os efeitos que mudanças climáticas estão impingindo sobre os oceanos polares,
e o Oceano Austral em particular. O monitoramento do ambiente polar é uma atividade de alto custo financeiro e de logística complicada que até recentemente foi baseado na obtenção de dados através de plataformas oceanográficas tradicionais: navios e boias (derivadores ou fundeio). Quando essas atividades são feitas, a partir de navios oceanográficos, elas geralmente obedecem traçados pré-definidos em linhas ou transectas, formando uma grade amostral em uma região especifica, que requer tempo se aplicada a grandes áreas. Um complicador adicional a coleta de dados em navios nos ambientes polares é o fato de que essas observações ocorrem, geralmente, no período do verão. No inverno, além do custo elevadíssimo, há um sério problema causado pela expansão da calota de gelo que restringe a área de atuação de embarcações impedindo, significativamente, a coleta de dados. E esse é, exatamente, um dos períodos críticos nos modelos preditivos de clima, devido a lacuna de informação e do qual mais informação necessitamos.