“Só pra tu ver que não é mais rio...agora é mar!”
Uma abordagem etnoecológica abrangente dos conflitos socioambientais na pesca de siris da Reserva Extrativista Baía de Iguape (Bahia).
Resumo
No estado da Bahia, a pesca artesanal corresponde à quase totalidade da atividade pesqueira, sendo realizada em mar aberto, em recifes de corais ou em estuários, onde ocorrem manguezais. Na Reserva Extrativista Marinha Baía de Iguape, esta modalidade de pesca abrange a coleta/captura de moluscos e crustáceos, entre estes últimos, se destaca os siris. O avanço progressivo da visão desenvolvimentista, baseado no uso indiscriminado de recursos e espaços naturais, vem criando inúmeras dificuldades à sobrevivência dos extrativistas locais. Sob o prisma da Etnoecologia, os resultados revelaram que os pescadores entrevistados têm uma percepção crítica a cerca de conflitos socioambientais que envolvem o funcionamento de uma usina hidrelétrica, a construção de um estaleiro naval em áreas vizinhas da RESEX e até sobrepesca dos siris.