CISM e o modelo utilizado pela Eurocontrol

Abstract

Há a expectativa de que certos grupos profissionais sejam mais bem preparados para enfrentar situações críticas. Todavia, podem ocorrer eventos com considerável potencial traumatizante (denominados como incidentes críticos), que ultrapassem o âmbito da experiência desses profissionais e para os quais as estratégias individuais de enfrentamento não sejam suficientes. A experiência profissional pode não ser o bastante para permitir a resolução do trauma e o profissional pode deixar de desempenhar suas atividades em seu nível normal de performance.

O estresse gerado após um incidente crítico (Critical Incident Stress - CIS) causa reações individuais que podem se manifestar de formas e intensidades distintas, a exemplo de ansiedade, depressão, fobia, pânico e alcoolismo, sendo que, alguns indivíduos, têm potencial para desenvolver o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Tais reações acarretam em riscos à segurança operacional da aviação (Dooling, 1996 apud Eurocontrol, 1997).

Desse modo, com a finalidade de garantir assistência psicológica aos indivíduos que tenham se envolvido em acontecimentos traumáticos, organizações Provedoras de Serviços de Navegação Aérea (PSNA), em vários países, optaram pela implantação do Programa Critical Incident Stress Management (CISM) para o gerenciamento do estresse decorrente de incidentes críticos (Eurocontrol, 1997; 2004).

Ao implantar o CISM, a organização tem o objetivo de lidar com incidentes críticos de forma mais eficiente, possibilitando o retorno dos profissionais envolvidos às suas funções da forma mais rápida e saudável possível. O objetivo deste trabalho é apresentar o Programa CISM, utilizado pela Eurocontrol, e sua relação com a segurança operacional como uma proposta para aplicação nos PSNA brasileiros.