A defesa européia situação político-militar e perspectivas
Abstract
Constituída por 25 Estados, representando uma população de
450 milhões de habitantes e um quarto do produto nacional bruto
mundial (4:1), a União Européia (UE) representa um espaço de
estabilidade e de prosperidade, fruto de uma construção política
voluntária das nações européias.
Com o fim da guerra fria, que afastou os riscos de conflitos de
maior amplitude em seu território, a UE surgiu na cena internacional
como um ator global, confirmando sua vocação de contribuir para o
estabelecimento de um mundo multipolar.
Para defender seus interesses estratégicos, a Europa procura
assumir uma responsabilidade crescente na segurança internacional. Da
adoção de uma Política Externa e de Segurança Comum 2 (PESC) até as
primeiras operações autônomas conduzidas pela UE, em 2003 3 ,
progressos importantes foram realizados nestes últimos anos, no campo
da cooperação militar.
A defesa da UE está se instalando progressivamente e suscita
um debate crescente entre os Estados membros, em razão dos conflitos
de soberania e da importância das relações com os Estados Unidos da
América (EUA).
Este ensaio tem como propósito apresentar as estruturas
político-militares existentes e as perspectivas de evolução da defesa da
UE. Após uma apresentação das principais etapas da criação da defesa
européia, analisar-se-á a sua estratégia de segurança, as estruturas de
comando, as forças militares e capacidades estratégicas; as relações com
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e as primeiras
missões conduzidas pela UE, com o propósito de mostrar seus trunfos
e suas fraquezas como, também, de vislumbrar as possíveis pistas de
evolução futura, à luz da construção política européia.