A corrida armamentista sul-americana
realidade ou falácia?
Resumen
O propósito deste trabalho é analisar se o processo de aquisição
de armamentos por países sul-americanos se relaciona com
o conceito de corrida armamentista na região. Analisa-se, em
perspectiva comparada, dois períodos em que ocorreu um notável
incremento nas compras militares na América do Sul: de 1971
a 1980 e de 2001 a 2010. Parte-se do pressuposto de que houve
corrida armamentista nos anos 1970, enquanto a situação atual
é caracterizada pelo conceito de armamentismo. O argumento é
que essa discrepância resulta da construção de uma identidade
sul-americana em matéria de defesa, marcada pelo grau de
institucionalização vigente em cada época, com a conformação de
uma possível comunidade de segurança no período mais recente. A
metodologia inclui a avaliação de dados relativos às aquisições de
armamentos e sistemas de defesa nos dois períodos e a correlação
entre o arcabouço institucional vigente em cada época, a fim de
verificar quais as consequências do crescimento dessas aquisições
nas relações regionais. Por fim, conclui-se que não há corrida
armamentista, a exemplo do que ocorreu na década de 1970, na
década de 2000, mas apenas processos de armamentismo que não
implicam, isoladamente, no risco de conflito.