Ao tempo, estou obrigado: a mundividência (Homenagem ao VA(EN) Bittencourt)
Resumo
Quando a gente anda sempre em frente, não pode mesmo ir muito longe...”,1 porque afinal “só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.2 As palavras melódicas, germinadas das aventuras de O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, ainda que marcantes, não eram assim tão originais. Em 1672, o padre Antônio Vieira, considerado pelo poeta Fernando Pessoa como o “imperador da língua portuguesa”, escrevia que não se pode esperar bom governo ou amparo de quem não viu mais mundo que de Lisboa a Belém ou a quem só o viu do Cais da Pedra até Sacavém.3 Tanto Antônio Vieira como Saint-Exupéry sublinharam a centralidade de
uma característica muito explícita no Almirante Bittencourt: sua mundividência, ou seja, sua larga e profunda visão do mundo. Graças a ela, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha pôde se tornar uma referência de qualidade incontestável em suas diversas áreas técnicas de atuação. No princípio, nada estava dado. O caminho foi longo, sempre permeado por muito trabalho, superação de obstáculos e dedicação. Tudo foi conquistado.