A disputa pela agenda de segurança regional e o conselho de defesa sul-americano
Palavras-chave:
Segurança, integração regional, Brasil, Conselho de defesa Sul-AmericanoResumo
Este texto analisa a disputa pela influência sobre a
agenda de segurança regional na América do Sul, mais
especificamente no âmbito do Conselho de Defesa Sul-
Americano (CDS) da Unasul, destacando o papel do
Brasil diante das ações e interesses de potências externas,
notadamente Estados Unidos e China. A visão promovida
pelo Brasil enfatiza a soberania sobre recursos naturais
e ameaças externas. Enquanto a agenda hemisférica
impulsionada pelos EUA, por meio da Organização dos
Estados Americanos (OEA) e de iniciativas de âmbito
bilateral e multilateral, foca nas ‘novas ameaças’ internas ou
difusas (transnacionais), com destaque para o narcotráfico,
que tem encontrado apelo entre governos da região. A
projeção da China na região é abordada em razão de suas
implicações estratégicas, apesar de não explicitar nenhum projeto de supremacia militar ou agenda de segurança.
Parte-se de visões realistas e críticas gramscianas nas
quais o poder sobre as ideias e instituições, juntamente
com as capacidades materiais de destruição e produção,
são elementos fundamentais na projeção de poder dos
Estados, partindo de condições e interesses materiais
concretos. Ao mesmo tempo, as instituições internacionais
são um reflexo de relações de poder interestatais.