Interação entre células leucêmicas e o estroma da medula óssea e sua relação com a progressão do câncer
Resumo
Atualmente, os processos que envolvem a tumorigênese e a relação entre células tumorais e o seu microambiente têm tido crescente interesse da pesquisa científica. Diversos autores demonstraram que células de pacientes leucêmicos interagem de maneira direta ou indireta com células estromais da medula óssea, promovendo mudanças no comportamento de ambas. O presente trabalho visa a correlacionar a progressão de leucemias a alterações na interação entre células leucêmicas e o estroma, comparando com fenômenos descritos em tumores sólidos. A metodologia realiza-se na revisão integrativa baseada em busca de artigos no banco de dados PubMed relacionados à progressão tumoral em tumores sólidos e hematopoiéticos, bem como sua relação com o desenvolvimento de resistência a quimioterápicos. A regulação bidirecional entre o estroma da medula óssea e células leucêmicas ocorre através de um processo adaptativo que exerce grandes efeitos no compartimento de células-tronco hematopoiéticas, promovendo um fenótipo de resistência a drogas e progressão em leucemias. Similarmente ao observado em tumores sólidos, na medula óssea esses eventos também estão intimamente associados com a indução da transição epitelial-mesenquimal; (TEM), processo relacionado com aumento da invasividade de tumores sólidos. Na medula óssea, a TEM promove mudanças em células estromais e em precursores hematopoiéticos e pode ser considerada um fator de leucemogênese, pelo suporte a células leucêmicas e favorecimento da progressão da doença. Embora a compreensão desses eventos ainda não seja completa em tumores hematológicos, os dados obtidos na literatura apontam as proteínas envolvidas na TEM como promissores alvos para futuras terapias contra leucemias.