A ascensão dos Militares na Política: da República Velha ao Estado Novo e os reflexos deste movimento na formação política e social de Santa Catarina
a Guerra do Contestado
Abstract
Durante a “República Velha” brasileira de 1889-1930, as regiões distantes do país eram geralmente desinteressadas e às vezes até inconscientes do governo nacional. Nos 30 anos seguintes, os militares desempenhariam um papel fundamental na consolidação da República nacional. No entanto, embora os pensadores militares professassem sua fé na política democrática, sua falta de confiança nos políticos da vida real e sua crença em sua própria retidão combinaram-se para fazê-los ver a intervenção militar como necessária e boa para a nação. Ao pesquisar e apresentar este tema que aborda o Contestado, procura-se mostrar como a historiografia militar trata esse período de complexa interação do oficialato do Exército com a sociedade civil e como essas relações de poder forjaram o destino político social de Santa Catarina e, por consequência, da nação brasileira, a fim de permitir esmiuçar os jogos políticos e de poder no período delimitado, além de possibilitar perceber até que ponto a sociedade civil foi agente do processo de construção dessa ordem social muitas vezes conduzida pelos militares é o tema deste artigo. Uma questão de ordem, para se obter melhor entendimento do tema pesquisado: quando se usar a palavra militar, entenda-se militar do Exército Brasileiro. A Armada (Marinha de Guerra) do Brasil não está dissociada desse processo político (objeto da pesquisa), porém o foco se prende tão somente ao contexto do Exército Brasileiro no período delimitado.