O Marquês de Caxias e a reorganização do Exército no Paraguai

o renascimento da Tríplice Aliança

  • João Rafael Mallorca Natal

Résumé

Esta pesquisa tem como objetivo analisar em que medida a reorganização das forças do Exército Brasileiro, na campanha em território paraguaio, durante os anos de 1866 e 1867, impactou na continuação da campanha da Tríplice Aliança contra o Paraguai. Inicialmente, será contextualizada a situação política e militar da guerra até a derrota dos aliados diante da Fortaleza de Curupaiti. A seguir, serão tecidas considerações acerca da crise política causada por esta derrota, que levou, na prática, à retirada de Bartolomé Mitre do cargo de comandante-em-chefe das forças militares da Tríplice Aliança. A nomeação de Luís Alves de Lima e Silva, Marquês de Caxias, como novo Comandante-em-Chefe será tratada com especial atenção, assim como as suas medidas de reorganização das forças no terreno. Essa reorganização, realizada pelo próprio Caxias, foi apelidada de “afiação da espada”. No âmbito dessa reorganização, medidas relacionadas com os cuidados de higiene da tropa, como hospitalização, implantação de ambulâncias, e melhorias na alimentação e no abastecimento de água. Foram tomadas, ainda, medidas de cuidado na área de vestuário e na higiene dos acampamentos. Medidas disciplinares também foram tomadas, pois o moral das tropas ficou seriamente abalado após a derrota em Curupaiti. Para aumentar o efetivo no teatro de operações, Caxias instruiu o Marquês de Herval, General Osorio, a organizar, no Rio Grande do Sul, o 3º Corpo de Exército. Além disso, foram adquiridos cavalos e forragem para os animais de mercadores argentinos, já que a cavalaria estava praticamente “a pé”, e a vegetação local não era adequada como forragem para os animais. Por fim, a análise será realizada para inferir o grau de impacto das referidas medidas de saneamento no apoio à missão das forças da Tríplice Aliança, especialmente quando da retomada a ofensiva contra as forças de Solano López.

Publiée
2024-07-25