Carta náutica eletrônica: o avanço da especificação S-57 a S-101

Resumo

A Organização Hidrográfica Internacional (OHI) tem como um de seus papéis fundamentais estabelecer e manter os padrões de coleta, interpretação e representação das informações hidrográficas e cartográficas, visando o melhor intercâmbio e leitura dos dados ambientais marinhos, de modo a prover mundialmente a segurança da navegação. Razão esta, coordena as atividades dos Serviços Hidrográficos nacionais e desenvolveu o padrão S-57 “Padrão de Transferência de Dados Hidrográficos” para as Cartas de Navegação Eletrônicas (Electronic Navigational Chart ou ENC). No entanto, frente a uma série de limitações da S-57 e com um aumento expressivo de diversas fontes de dados hidrográficos, surge o Modelo de Dados Hidrográfico Universal (S-100) e seus diversos padrões derivados, proporcionando maior interação e padronização aos dados geoespaciais. Como um produto base ao novo modelo, tem-se a criação da “Especificação de Produto para Carta Náutica Eletrônica S-101”, que atuará em gradual substituição à S-57 para as ENC. Desta forma, com o propósito informativo quanto a este futuro desafio que a comunidade marítima mundial enfrentará pelos próximos anos, este artigo aborda uma visão geral da S-100, mais especificamente aspectos relativos à S-101, revisando desde os princípios fundamentais da cartografia náutica eletrônica, além das atuais diferenças entre os formatos S-57 e S-101, e apresentando os desafios envolvidos em sua implementação.