A adaptação militar da primeira turma feminina no curso de soldados fuzileiros navais da Marinha do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21544/

Palavras-chave:

adaptação militar, mulheres nas Forças Armadas, coesão de grupo, desafios físicos, igualdade de gênero

Resumo

Este trabalho analisou a adaptação militar da primeira turma com participação feminina no curso de soldados
fuzileiros navais da Marinha do Brasil. Foram avaliadas a adaptação social, física e ambiental das alunas, além das
perspectivas futuras na carreira militar. A metodologia foi qualitativa com análise de dados, utilizando questionários e observações no CIAMPA. Os dados coletados sugerem que a integração foi satisfatória e as mulheres estão preparadas para os desafios militares. Contudo, ainda é essencial promover interação entre os
gêneros, adotar práticas de pelotões mistos e implementar programas de treinamento específicos para diferenças
físicas. A saúde feminina deve ser monitorada e a tropa masculina deve ser orientada sobre o trato com mulheres.
Além disso, identificou-se que instalações adequadas e estudos aprofundados sobre divisões e limitações nas especialidades são necessários. A pesquisa conclui que a inclusão das mulheres pode aumentar a eficácia operativa
das Forças Armadas se bem conduzida. Palavras-chave: adaptação militar; mulheres nas Forças Armadas; coesão de grupo; desafios físicos; igualdade de gênero.

Biografia do Autor

  • Geraldo Luciano dos Santos Júnior, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

    É Mestre em Ciências da Atividade Física pela Universidade Salgado de Oliveira (2018) e Mestre em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (2018). É Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (2008) e Bacharel em Educação Física pela Escola de Educação Física do Exército (2013). Foi professor no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, no Colégio Militar do Rio de Janeiro, na Escola de Educação Física do Exército, no Colégio Militar do Exército Boliviano (La Paz - Bolívia) e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Atualmente é aluno do Doutorado em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

  • Maria de Lourdes Salles Monteiro de Paiva dos Santos, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

    Mestre em Ciências Militares pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares (PPGCM) da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). MBA em Gerenciamento de Projetos pela Universidade Estácio de Sá (2015). Professional Coach Certification pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). Professional DiSC Certification pela SLAC (2015). Bacharel em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá (2013). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco (2004).

  • Ana Luiza Bravo e Paiva, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

    É Doutora em História Comparada - UFRJ, Mestre em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011) e Graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Foi Professora substituta no curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional (UFRJ) entre 2013 e 2014. No ano de 2014, realizou estágio doutoral no Colégio Interamericano de Defesa da OEA, com ênfase nos estudos sobre segurança hemisférica e modelos organizacionais de defesa. Atualmente, é docente e foi coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Referências

ANDRADE, Sheila Aragão de; PERES, Helena Maria. Mulheres a bordo: 30 anos da mulher militar na Marinha do Brasil. Editora HMPeres e Associados, Rio de Janeiro, 2012.

BRASIL. Decreto nº 12.154, de 27 de agosto de 2024 – Regula o serviço militar feminino voluntário. Atos do Poder Executivo, 2024.

BRASIL, Lei 6.807 de 07 de julho de 1980 – Cria o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM) e dá outras providências. Atos do Poder Executivo, 1980.

BRASIL, Lei 9.519 de 26 de novembro de 1997 – Dispõe sobre a reestruturação dos Corpos e Quadros de Oficiais e de Praças da Marinha. Atos do Poder Executivo, 1997.

BRASIL, Lei 12.705 de 08 de agosto de 2012 – Dispõe sobre os requisitos para ingresso nos cursos de formação de militares de carreira. Atos do Poder Executivo, 2012.

BRESLIN, Rachel A.; DAVIS, Lisa; HYLTON, Kimberly; HILL, Ariel; KLAUBERG, William; PETUSKY, Mark; KLAHR, Ashlea. 2018 Workplace and Gender Relations of Active Duty Members: Overview Report, Alexandria. Office of People Analytics. U.S. Department of Defense. OPA Report. n. 2019-027, May 2019.

CARNEIRO, Lucas Anderson de Almeida. Uso de suplementos alimentares por atletas táticos sob intenso treinamento físico. Trabalho de Conclusão de Curso para Graduação em Educação Física. Rio de Janeiro: Escola de Educação Física do Exército, 2023.

CASTRO, Pollyanna Lima de. Avaliação dos cuidados diários e higiene genital em mulheres do Curso de Formação de Oficiais de Saúde do Exército no ano de 2019. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Rio de Janeiro: Escola de Saúde do Exército, 2019.

CAWKILL, Paul; ROGERS, Alison; KNIGHT, Sara; SPEAR, Laura. “Women in Ground Close Combat Roles: The Experiences of Other Nations and a Review of the Academic Literature.” Defence Science and Technology Laboratory, UK Ministry of Defence. Sep. v. 29, 2009.

ERNESTO, Ana Cláudia Cordeiro. A influência do ciclo menstrual na rotina da mulher militar. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Rio de Janeiro: Escola de Saúde do Exército, 2021.

FAB – Força Aérea Brasileira. BACG – Base Aérea de Campo Grande. Quarto Comando Aéreo Regional. Perguntas Frequentes. Disponível em: <https://www2.fab.mil.br/bacg/index.php/perguntas-frequentes#:~:text=Mulheres%20na%20FAB&text=Sim.,nas%20nossas%20escolas%20de%20forma%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 20/11/2024.

FITRIANI, Randolf; COOPER, G S; MATTHEWS, Ron. Women in Ground Close Combat. The RUSI Journal, v. 161, n. 1, February/March, p. 14-24, 2016. DOI: 10.1080/03071847.2016.1152117.

FLECK, Steven J.; KRAEMER, Willian J. Mulheres e treinamento resistido. Fundamentos do treinamento de força muscular. 4 ed., São Paulo: Artmed, 2006.

FORTES, Marcos de Sá Rego; MARSON, Runer Augusto; MARTINEZ, Eduardo Camillo. Comparação de desemprenho físico entre homens e mulheres: revisão da literatura. Revista Mineira de Educação Física, Viçosa, v. 23, n. 2, p. 54-69, 2015.

FRAGALA, Marren S.; KRAEMER, Willian J.; DENEGAR, Craig R.; MARESH, Carl M.; MASTRO, Andrea M.; VOLEK, Jeff S. Neuroendocrine-immune interactions and responses to exercise. Sports Medicine, v.41, n.8, p. 621-639, 2011. DOI: 10.2165/11590430-000000000-00000.

GIANNINI, Renata Avelar; FOLLY, Maiara; LIMA, Mariana Fonseca. Situações extraordinárias: a entrada de mulheres na linha de frente das Forças Armadas brasileiras. Instituto Igarapé. Artigo Estratégico 27. Agosto de 2017.

IPCFEX, Instituto de Pesquisa e Capacitação Física do Exército. Relatório de atividade do projeto de inserção do sexo feminino na linha de ensino militar bélico – Tarefa capacitação física. Rio de Janeiro, 2016.

JACOBY, Tami Amanda. Fighting in the Feminine: The Dilemmas of Combat Women in Israel. Gender, War, and Militarism: Feminist Perspectives. v. 12, p. 80–90. 2010.

KAVANAGH, Jennifer; WENGER, Jennie W. Integrating Women Into the Marine Corps Infantry: Costs, Representation, and Lessons from Earlier Integration Efforts. Defence and Peace Economics. v. 31, n. 1, p. 4–23, 2020.

KING, Anthony C. The female combat soldier. European Journal of International Relations, v. 22, n. 1, p. 122–143, 2016.

MANNO, C. Female strength training: specific characteristics of gender, effect of age and types of training. Medicina Dello Sport, v.66, n.1, p.1-27, 2013.

MARIOTONI, Rafael Scieve. A inserção do sexo feminino, como Oficiais da Arma de Infantaria, no Exército Brasileiro. Trabalho de Conclusão de Curso para Especialização em Ciências Militares, com ênfase em Defesa. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Rio de Janeiro, 2021.

MB – Marinha do Brasil. Agência Marinha de Notícias. Em cerimônia histórica, primeiras mulheres se formam Soldados Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro. Disponível em <https://www.agencia.marinha.mil.br/ https://www.agencia.marinha.mil.br/carreira-naval/em-cerimonia-historica-primeiras-mulheres-se-formam-soldados-fuzileiros-navais-no#:~:text=Em%202023%2C%20ingressaram%20as%20primeiras,o%20ciclo%20pioneiro%20da%20For%C3%A7a>. Julho, 2024.

MD – Ministério da Defesa. Primeira turma de aspirantes mulheres ingressa na mais tradicional escola militar do país. Últimas notícias. Disponível em: <https://www.gov.br/defesa/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/ultimas-noticias/defesa-primeira-turma-de-asperantes-mulheres-ingressa-na-mais-tradicional-escola-militar-do-pais>. 07/02/2014.

MENDES, Dalva Maria Carvalho. Trajetória das mulheres na Marinha do Brasil. Revista do Clube Naval. n. 393, p. 29-30, 2020.

NIETO, Claudio. La inclusión de la mujer em las especialidades y armas de combate del Ejército de Chile. Military Review. Cuarto Trimestre, 2018.

OLIVEIRA, Ana Letícia Castro Salomone de. Proposta de Protocolo de Anticoncepção de longa duração em Operações Militares. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Rio de Janeiro: Escola de Saúde do Exército, 2019.

ONU, Organização das Nações Unidas. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. New York, 2015.

ONU, Organização das Nações Unidas. Resolução 1325 (2000) de 31 de outubro de 2000. New York, 2000.

PETERS, Andrea M; WASHINGTON, Michael A.; BURRELL, Lolita; NESS, James. Rethinking Female Urinary Devices for the US Army. The US Army War College Quarterly: Parameters. n.1, v. 52, artigo 5, p. 41-55, 2022.

QUEIROZ, Camila Pereira da Silva. Abuso sexual contra mulheres militares: uma revisão da literatura. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Rio de Janeiro: Escola de Saúde do Exército, 2019.

ROLLUQUI, Catherine Joy V.; KARON, Sittie Noor Ohara A.; VILLAHERMOSA, Marianne Daphne B.; FRIALES, Wilter C. Withstanding the Challenges on Infantry Operational Courses: The case of Military Women in the Division Training School in Cotabato City. East Asian Journal of Multidisciplinary Research (EAJMR) - 1689-1708. v. 2, n. 4, 2023.

SANTOS JÚNIOR, Geraldo Luciano dos. As mulheres combatentes no Exército Brasileiro: adaptação inicial e novas possibilidades para o sexo feminino na linha militar bélica. Dissertação de Mestrado em Ciências Militares. Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Rio de Janeiro, 2018.

SANTOS, Lauciana Rodrigues dos. Da roseta às estrelas: um debate sobre a representação feminina na Marinha brasileira. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Marília – SP, 2014.

SASSON-LEVY, Orna; AMRAM-KATZ, Sarit. Gender Integration in Israeli Officer Training: Degendering and Regendering the Military. Journal of Women in Culture and Society. v. 33, n.1, p. 105–133, 2007.

STF – Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.501 – Distrito Federal. Brasília, 13 de novembro de 2023.

STRAUSS, David; HATTIANGADI, Anita. Women in Service Restrictions: Synopsis of Completed Work and Recommended Next Steps. CNA Analysis and Solutions. Dezembro, 2012.

SULLIVAN, Adrian; ABBE, Allison. Respostas ao preconceito e à discriminação de gênero em relação às oficiais mulheres. Military Review. Primeiro Trimestre. 2024.

THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J. Métodos de pesquisa em atividade física. 6. Ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2012.

TURPIN, Jennifer E. Many faces: women confront War. The women and war reader, p. 3-18. Editado por LORENTZEN, Lois Ann; TURPIN, Jennifer E. New York University Press, 1998.

VIEIRA, Sonia. Como elaborar questionários. Editora Atlas SA, 2009.

WENTZ , L.L.P.Y.; HAYMES, E.; ILICH, J.Z. Females have a greater incidence of stress fractures than males in both military and athletic populations: a systemic review. Military Medicine, v.176, n.4, p.420-430, 2011.

WILLET, S. Introduction: Security Council Resolution 1325: assessing the impact on women, peace and security. International Peacekeeping, v. 17, n. 2, p. 142-158. Abril 2010.

Downloads

Publicado

2025-10-02

Como Citar

A adaptação militar da primeira turma feminina no curso de soldados fuzileiros navais da Marinha do Brasil. (2025). Revista Da EGN, 31(1). https://doi.org/10.21544/

Artigos Semelhantes

11-20 de 364

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)