Desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo de pré-escolares entre 24 meses e 48 meses de vida expostos ao Zika vírus durante a gestação.

  • Simone Saraiva de Abreu Almeida
  • Paula de Souza Benevides
  • Heber de Souza Maia Filho
  • Alexandre Ribeiro Fernandes
  • Claudete Aparecida Araújo Cardoso Universidade Federal Fluminense
Palavras-chave: Desenvolvimento infantil, Microcefalia, Zika Vírus, Testes Neuropsicológicos

Resumo

Este artigo aborda o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças expostas ao Zika vírus, ZIKV, durante a gestação, destacando manifestações, resultados de testes e implicações clínicas relevantes. O objetivo foi avaliar e descrever as manifestações neurológicas e o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças expostas ao ZIKV na gestação ao longo do tempo de vida, por meio de um estudo observacional longitudinal que acompanhou o desenvolvimento de 45 crianças expostas verticalmente ao ZIKV com idades entre 24 e 48
meses em um hospital terciário de Niterói, Brasil. A pesquisa foi registrada no CEP sob número CAE 62992016.9.0000.5243. Essas crianças foram divididas em 26 casos confirmados com o RT-qPCR do ZIKV e 19 casos prováveis. Durante o acompanhamento, foram realizados testes como o Denver II e o SON-R para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo, respectivamente. Os resultados desses testes foram comparados com padrões de desenvolvimento típicos para a idade. Além disso, foram registradas as manifestações neurológicas observadas ao longo do tempo, especialmente em relação à presença de microcefalia e história de exantema durante a gestação. A análise dos dados coletados permitiu identificar correlações entre a exposição ao ZIKV, as manifestações neurológicas e o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, fornecendo fundamentos clínicos à literatura atual em relação ao bom prognóstico de neurodesenvolvimento de crianças não microcefálicas expostas ao ZIKV, além de salientar a importância do diagnóstico precoce para a conscientização do cuidado e para o seguimento clínico a longo prazo.

Biografia do Autor

Paula de Souza Benevides

Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica (ênfase em Terapia Cognitivo Comportamental) . Mestre em Saúde Materno-Infantil – UFF.

Heber de Souza Maia Filho

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1996), residência médica em Pediatria pela UFRJ (1999), Especialização em Neuropediatria pela UFRJ (2001), Título de Especialista em Pediatria (1999) e neuropediatria (2001), mestrado em Clínica Médica (Neurologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) e doutorado em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é professor Adjunto de Pediatria (Departamento Materno Infantil) da Universidade Federal Fluminense - UFF, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Neurologia e Neurociências - UFF e da Unidade de Pesquisa Clínica do HUAP-UFF. Tem experiência na área de Pediatra e Neuropediatria atuando principalmente nos seguintes temas: aspectos psicossociais das epílepsias na infância (qualidade de vida, saúde mental, comorbidade psiquiátrica e cognição), aprendizagem e inclusão escolar, qualidade de vida em doenças crônicas infantis e neuropsicologia de doenças neurológicas crônicas infantis.

Alexandre Ribeiro Fernandes

Possui graduação em Medicina pela Escola de Medicina Souza Marques (1993), mestrado em Saúde da Criança e da Mulher pela Fundação Oswaldo Cruz (2001) e doutorado em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense (2016). Concluiu Residência Médica nos programas de Pediatria (UERJ, 1996) e Neurologia Pediátrica (IFF-FIOCRUZ, 1999). Atualmente é professor associado da Universidade Federal Fluminense atuando na graduação e pós graduação em Neurologia. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neuropediatria, atuando principalmente nos seguintes temas: doenças neurogenéticas, enfermidades neuromusculares, erros inatos do metabolismo, epilepsias de difícil controle e malformações do sistema nervoso. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, membro do Colegiado do Curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense.

Claudete Aparecida Araújo Cardoso, Universidade Federal Fluminense

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991-1996), residência médica em Pediatria e Infectologia Pediátrica pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997-2000), mestrado e doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001-2006) e pós-doutorado na School of Public Health at University of California, Berkeley (2013-2014). Atualmente é Professora Associado II do Departamento Materno Infantil da Universidade Federal Fluminense e orientadora de Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado da Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense. Foi pesquisadora nível 2 CNPq (2019-2021) e bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado-FAPERJ (2015-2018). Participou como membro do grupo de trabalho de HIV da SOPERJ (Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro) nos triênios 2016-2018 e 2019-2021. Participou como membro do Colegiado de Pös-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense de 31/10/2016 a 25/04/2022. Atuou na Coordenação Geral do Internato Médico da UFF de 15/09/2020 a 08/10/2021. É membro da The Union (International Union Against Tuberculosis and Lung Disease) desde 2016. É membro da REDE-TB desde 2017, atuando na coordenação da área pediátrica desde setembro de 2018. É consultora em Tuberculose pediátrica do Ministério da Saúde desde maio de 2019. Atua como Coordenadora do Curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense desde 08/10/2021. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Infectologia Pediátrica, atuando principalmente nos seguintes temas: tuberculose e doenças exantemáticas, com ênfase em infecção pelo vírus Zika.

Publicado
2024-11-15
Como Citar
Saraiva de Abreu Almeida, S., de Souza Benevides, P., de Souza Maia Filho, H., Ribeiro Fernandes, A., & Aparecida Araújo Cardoso, C. (2024). Desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo de pré-escolares entre 24 meses e 48 meses de vida expostos ao Zika vírus durante a gestação. Arquivos Brasileiros De Medicina Naval, 85(1). https://doi.org/10.70293/2764-2860.2024.5000