Fontes de fricção na guerra naval

sua origem e evolução histórica

Autores

  • Alejandro Ameneiro Baturone

Resumo

O estudo dos elementos que governam o desenvolvimento da guerra
nos permite entendê-la melhor e nos preparar para ela. Clausewitz é um
dos grandes autores que estudou estes elementos.
“Em sua obra, Clausewitz introduziu a palavra fricção como a noção
que corresponde, de uma maneira bastante geral, aquilo que distingue a
guerra real da que se pode ler nos livros”.
O conceito de nevoeiro, a dificuldade de ver claramente o que ocorre
na guerra, ainda que diferente, aparece na obra de Clausewitz estreitamente
unido ao conceito de fricção, e constitui uma de suas maiores causas.
De maneira incontestável, pode afirmar-se que o surgimento das
novas tecnologias transformou, de maneira irreversível, a forma de fazer a
guerra nos tempos atuais. A melhora na capacidade de obtenção e velocidade
de processamento dos dados, reduz drasticamente o nevoeiro da guerra e,
conseqüentemente, diminui a fricção.
No entanto, não está claro que o nevoeiro seja a fonte de fricção
mas freqüente e, além disso, podem existir outras fontes de fricção que
não sejam “lubrificadas” pelo emprego das novas tecnologias, ou que,
inclusive, estas novas tecnologias as tenham potencializado. Estas outras
fontes, somadas, poderiam fazer com que o fenômeno da fricção continuasse
existindo, apesar dos avanços tecnológicos.
O tema da fricção foi tratado muitas vezes de forma geral e,
sobretudo, dentro do cenário terrestre. Porém, poucos são os estudos feitos
sobre a influência da fricção no meio naval.
Portanto, cabe se perguntar, quais são as fontes da fricção na guerra
naval, que influência tiveram no passado e como evoluirão no futuro?
Para contestar esta pergunta, será necessário primeiro definir
exatamente o que é fricção, a seguir, determinar como seria possível
identificar uma fonte de fricção depois classificar as fontes de fricção no
mar e pesquisar a freqüência com que estas fontes de fricção se manifestaram
ao longo da história, a fim de determinar sua importância relativa; e por
último, esboçar como estes elementos podem se ver afetados no futuro
pelas novas tecnologias.

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Publicado

2023-08-26

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Seção

Artigo Original