Os submarinos nucleares e o enriquecimento de urânio
Palavras-chave:
Urânio, Enriquecimento, Não-proliferação, Submarinos nucleares, Armas nuclearesResumo
O urânio altamente enriquecido (High-Enrichment Uranium – HEU), por conter mais energia que o de baixo enriquecimento (LowEnrichment Uranium – LEU), seria o preferencial para a propulsão naval por proporcionar maiores intervalos entre as recargas dos reatores,
mas, por se prestar à construção de armas nucleares, é fortemente controlado nos esforços de não-proliferação. Assim, os países utilizam HEU
ou LEU nas unidades navais segundo suas conveniências econômicas ou estratégicas, sendo o último a opção brasileira. A dissuasão nuclear,
própria ou estendida é a forma preferida dos países desenvolvidos para evitar ataques nucleares, mas os países em desenvolvimento acham
que não os sofrerão devido ao alto custo político de tal agressão - o “tabu nuclear”, e o reforçam nos fora internacionais. O Tratado de Nãoproliferação Nuclear (TNP) consiste no principal instrumento para tal prevenção, mas se baseia na desigualdade de direitos entre os Estados,
submetendo os “não-nucle-armente” armados às salvaguardas da AIEA, mas não sendo cumprido pelos “nuclearmente armados”, que mantêm
grande estoque de artefatos e os otimizam, inclusive para dissuadir países em desenvolvimento, provocando um congelamento de poder.
Nesse contexto de extratificação, o Brasil aderiu ao TNP, mas a Índia, além de não fazê-lo, detonou petardos e se declarou unilateralmente
Estado “nuclearmente armado”, o que lhe trouxe de início alguma reprovação internacional, mas posteriormente, benefícios políticos e
estratégicos. Outro instrumento de não-proliferação é o estabelecimento recente de centros de enriquecimento nos principais países, que
prestarão esse serviço para os demais, sem transferir tecnologias Isso reforça o congelamento de poder, mas pode beneficiar o Brasil, que tem
condições de autossuficiência no setor e poderá entrar nesse mercado. A estratificação dos Estados pode, no caso de uma ampliação do
Conselho de Segurança da ONU, estender-se a ele, colocando os membros não-nuclearmente armados em posição subalterna.