Poder marítimo

questões relevantes e desafios

Auteurs

  • Geoffrey Till

Résumé

É uma grande honra e um privilégio ter a oportunidade de participar
desta série de palestras, apresentando algumas considerações e idéias, como parte
do estudo e debate que a Marinha do Brasil está realizando sobre a atitude a
adotar em relação à Estratégia Marítima nos próximos 25 anos. Minha
contribuição a estes estudos será a apresentação de um cenário histórico, que a
MB poderá utilizar para suas decisões sobre a configuração a ser implementada
neste período de tempo.
Comecemos com uma citação de um personagem de William
Shakespeare, Shylock, em sua obra “O Mercador de Veneza”. Dizia ele: “Vocês
sabem que todas as minhas fortunas estão no mar”. Esta declaração, feita nesta
época, em que o mar permitia apenas o transporte marítimo e recursos naturais,
como a pesca, poderia ser até um exagero. Contudo, e sem dúvidas, ela encerra
uma grande realidade, e permite admitir que o mar continuará a ser importante
para o futuro de nosso mundo e, em particular, para o Brasil, em uma época em
que o mar, além do transporte marítimo em escala mundial, provê bens naturais
e minerais em quantidade. É até possível dizer que, no futuro, a importância dos
mares tende a aumentar, como conseqüência do crescimento dos recursos que
vêm, cada vez mais, colocando à disposição da humanidade. Para mencionar
apenas o caso mais óbvio, a demanda pelo petróleo obtido a partir do mar,
provavelmente, vai, até 2010, aumentar para em torno de 90 milhões de barris/
ano, o que equivale à produção diária da Arábia Saudita nos dias de hoje. Fora
isto, é previsto um significativo aumento na demanda de outros produtos obtidos
a partir do mar, em decorrência dos aumentos da população mundial e das
expectativas de padrões de vida das pessoas, em virtude destes serem muito
importantes para o futuro do mundo. É até possível admitir que muitas disputas
venham a ocorrer, em diversas áreas do mundo, em relação à posse e ao uso
destes bens, em virtude de sua relativa escassez. Haverá, portanto, a necessidade
de explotá-los e de utilizá-los racionalmente.

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Publiée

2023-08-29